domingo, 1 de novembro de 2009

Mórbida Obsessão

Por tanto tempo eu estive preso na escuridão
Gritando desesperado sem ser ouvido, numa cela, sedado
Tendo como companhia, apenas a solidão

Seu cérebro, meu alimento
Feito puramente de merda
O fruto da estupidez humana
Que continua crescendo
Minha boca costurada, não me permite falar
Mas eu digo tudo que preciso
Através do olhar
Um simples, indefeso, inocente ser humano
Transformado na mais bizarra aberração
Dentro de uma jaula
Servindo no seu circo psicótico
Como animal de estimação

Eu sou o monstro que aterroriza suas criancinhas
O ser mau que arranca suas cabeças
E as guarda como troféus
É, foi você que me deu a luz
E agora, tudo que sei, é que(céus!!!)
A morte me seduz
Me faz delirar, como um orgasmo múltiplo
É ver seu crânio quebrar
Quando meus olhos se fecham é estranho e perturbador
Minha natureza me chama
Eu vou te pegar
Eu sou, a criatura espalhadora do terror

Mórbida obsessão, sem saber o que é ou não
Mórbida obsessão, tendo sua vida em minha mão
Mórbida obsessão, vivendo eternamente essa maldição
Mórbida obsessão, a qual não tem solução

Eu sou a apocalipse em forma larval
O comedor de todas suas
Porcas fudidas
O mais selvagem e terrível animal
O mais temido ladrão de vidas
O feitiço vira contra o feiticeiro, a criatura contra seu criador
Usando apenas suas armas
A sede de vingança
O ódio, a dor



Eu sou, a desordem que essa terra domina
Eu sou, a experiência não intencional
Eu sou, o rato que pelos esgotos caminha
Eu sou, tudo aquilo que lhe faz mal

Eu sou a junção de tudo aquilo que o homem
Temeu durante séculos
Eu tenho que matar para viver
Essa é minha obsessão, minha maldição
E eu não tenho nada a temer
Eu sou, o futuro de sua raça
Talvez possam ver em mim algo
Que lhes faça
Pensar!!!

Lágrimas de sangue dos meus olhos saem
E correm pelo meu rosto deformado
Veja minhas mãos calejadas
Eu sou o predador que por vocês
Foi criado
Eu sou o precursor da espécie
O primeiro da nova linha, que o mundo irá dominar
Que se espalhará como uma praga, que nada, nem ninguém
Conseguira parar

Eu sou, o começo e o fim
Eu sou, a desgraça e a salvação
Você não entende?
Eu disse que sou o aviso
Para não repetirem o erro, maldição!
Eu sou escravo de mim mesmo
Preso por trás de peles e costuras
Em meio a feridas e cicatrizes
Eu sobrevivi a todas suas torturas

Eu sou, uma montanha de bosta ambulante
Eu sou, macabro, sou um lixo, sou desprezível
Eu sou, o ser humano reduzido a merda
Eu sou, o insensível

Mórbida obsessão, sem saber o que é ou não
Mórbida obsessão, tendo sua vida em minha mão
Mórbida obsessão, vivendo eternamente essa maldição
Mórbida obsessão, a qual não tem solução
Ei, filho da puta
Olhe para o espelho
O que você vê?
Eu sei, é assustador, saber
Quem eu sou
Saber que
Eu sou...você!!!


Autor: Jorge Gustavo Bergesch

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